segunda-feira, 25 de julho de 2011

O valor de um diploma - diretora do Sindicato dos Jornalistas do Paraná escreve sobre o jornalismo de carteirinha



Discussões e ‘cutucadas’ entre jornalistas diplomados e não diplomados vêm acontecendo desde 2009, quando o Supremo Tribunal Federal decidiu que, no Brasil, não se precisa mais de diploma para exercer a profissão de Jornalista. Desde então, um grande número de pessoas sem curso superior pediu registro junto ao Ministério do Trabalho; são os chamados jornalistas de carteirinha.
Em São José dos Pinhais temos profissionais dos dois tipos. Os que entendem o valor de um diploma e passaram anos se qualificando e aprimorando para exercer a função social do jornalismo, e outros que ‘viraram’ jornalistas do dia para a noite. Há também aqueles que já atuavam na clandestinidade e, com a decisão do STF, puderam se ‘legalizar’.

O recente pronunciamento de um jornalista diplomado na Câmara de Vereadores (http://www.youtube.com/watch?v=yZraBalOHtA) provocou a fúria dos não diplomados. Um deles resolveu emitir sua opinião no editorial de dois periódicos locais (Nosso Jornal e Coração de Estudante).
É certo que é livre a qualquer cidadão emitir sua opinião, assim como é legal o direito à informação. E isso é, e sempre foi, garantido a qualquer pessoa que queira se pronunciar nos espaços para tanto, presentes nos veículos de comunicação. São eles as colunas de opinião, comentários e artigos. Um editorial, porém, emite a opinião do próprio veículo. Diante disso, senti a necessidade de também me expressar.

Até porque, foi espantoso perceber que, em um jornal que tem como público alvo jovens e adolescentes estudantes, o próprio ‘editor’ menospreze o valor da Educação.

Na era do conhecimento e da tecnologia, em um país onde a Universidade é sonho e futuro para tantos jovens, trabalhar para essa geração, distribuir informação em escolas e faculdades, e dizer que a Educação Superior é dispensável, é no mínimo passível de crítica.

Jornalista diplomada, pós-graduada em Educação em Valores Humanos, atuante em São José dos Pinhais, sou também diretora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor/PR). Passei quatro anos acordando às cinco da manhã, pegando seis ônibus lotados por dia, participando de todos os trabalhos curriculares e extracurriculares da Universidade, aprimorando os conhecimentos básicos que tive no Ensino Público e descobrindo que é preciso muito mais do que “apenas” amor e carinho para se tornar um verdadeiro profissional.

O que se aprende com a Educação Superior vai além da vontade de ser. Nos bancos de uma Universidade se aprende a fazer. Fazer com respeito, com atenção, com valorização e com verdade. É nesses quatro anos de Ensino Superior que aprendemos a melhor e mais respeitosa forma de fazer perguntas, de ouvir respostas e de como levar isso para a sociedade. Aprendemos como usar a informação para cobrar governos e ajudar pessoas. Afinal, nossa função é social, não política; somos Comunicadores Sociais.

E essa função se conquista com Educação. Por isso não posso entender como uma pessoa que trabalha para jovens consiga anular o valor da Educação Superior.
Se, como diz o editorial, a experiência leva o profissional “no mesmo nível, senão maior, do que o estudante que acaba de sair da Universidade”, por que então a experiência não consegue ensinar um jornalista a escrever corretamente?

No citado editorial percebemos erros básicos de português. Há palavras digitadas erradas (“acompanhando o trabalhado dos vereadores...”; “...fez a curso...”), falta de S em muitos plurais, falta de acento (“Até pouco tempo atras...”), ausência da crase (“...vulneráveis a corrupção...”), pleonasmo (“Há alguns dias atras...”) e, o pior, a clara ignorância no uso da vírgula (“Alguns defensores da necessidade de diploma para exercer a função de jornalista, alegam...”). Se a experiência não ensinou ao ‘editor’, garanto que quatro anos na Universidade com aulas puxadas sobre a Língua Portuguesa ensinariam. Nunca se separa um sujeito do verbo com uma vírgula. Esse é apenas um exemplo para provar qual o valor de um diploma.

Vale ainda lembrar que a obrigatoriedade de um diploma para jornalistas irá voltar, em breve, a integrar a Legislação Brasileira. Um projeto de lei está prestes a ser votado no Congresso Nacional. Logo será corrigido o absurdo cometido pelo STF.

Mas se você ainda não concorda que é preciso diploma para ser um bom profissional, que tal se consultar com um médico que tenha apenas estudado o atlas do corpo humano; ou então dar a causa da sua vida nas mãos de um advogado que tenha apenas decorado a Constituição. É o mesmo que entregar suas verdades para alguém que tem “apenas” amor e carinho pela profissão de jornalista.

Mauren Lucrecia
Jornalista Profissional Diplomada MTB/PR-5086
Diretora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor/PR)
mauren@pautasjp.com 

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Um leitor do PautaSJP.com ficou intrigado com esta imagem e fez questão de enviar a foto. Uma passagem para o Litoral, a partir de São José dos Pinhais custa cerca de R$ 25,00, pois depende da praia de destino.

Será que São José dos Pinhais tem uma nova rota metropolitana que chega além da Serra do Mar? O painel do ônibus traz a informação GUARATUBA-PARANAGUÁ. Se a nova rota foi estabelecida, a passagem, conforme as linhas que atendem a região, custaria R$ 2,20, uma grande economia. A fotografia foi tirada em Morretes.

domingo, 10 de julho de 2011

Contribuímos com 0,0001% na carreira de Ítalo Romano e valeu muito

Em 2004, com três sócios, sendo Emerson, Fred e Pablo, construímos a primeira pista de skate indoor de São José dos Pinhais, no espaço denominado SJP Skate Park. Com serviços de Assessoria Esportiva, incluindo trabalhos para o surfista Peterson Rosa, tínhamos um escritório em cima da pista, e a locávamos para praticantes de três modalidades: bike (BMX), roller e skate.

Um dos skatistas que tinha um tipo de bolsa da nossa empresa, a Ação Assessoria Esportiva, e não pagava para andar na pista, era Ítalo Romano, na época com 14 anos. Ele se destaca dos demais pela simpatia e obviamente por andar de skate sentado, devido à falta das pernas após acidente ao cair de um vagão de trem quando brincava de pegar carona. Ítalo, agora com 21 anos, foi entrevistado dia 03 de julho no programa Esporte Espetacular, da Rede Globo.

Lembro que Ítalo saia do CIC, onde mora até hoje, de ônibus Ligeirinho, descia no antigo ponto, ao lado da biblioteca, e percorria as calçadas da Rua Joaquim Nabuco até o SJP Skate Park, na Rua Norberto de Brito. Quando chovia ele chegava com as calças bem molhadas e assim que entrava no barracão ia para a pista.

Em um campeonato amador que organizamos ele ficou em segundo lugar. O desempenho foi muito bom mas não o suficiente para ser campeão. A forma como encarou a derrota, com um olhar de quem um dia iria se dedicar ainda mais, não me deu a sensação de que ele deveria ter ganhado por ter limitações físicas em relação aos adversários.

Quando ele chega com seu skate a imagem dele lá embaixo nos desperta um sentimento de pena, pois o skate o ajuda a se locomover como se fosse uma cadeira de rodas, mas isso é somente até ele começar as manobras. Quando vemos a sua performance como skatista o sentimento é muito maior e de admiração de quem se dedica ao esporte profissionalmente.

Confira as imagens de Ítalo Romano na antiga pista indoor de skate de São José dos Pinhais, a performance de outros atletas amadores e mais fotos de 2004.

Ítalo Romano, aos 14 anos, no SJP Skate Park


Imagens do SJP Skate Park, pista indoor também com bike e roller que funcionou em 2004 no centro da cidade







Campeonato em que Ítalo Romano foi vice-campeão

Cartaz de divulgação

Ítalo Romano voando na savana

Ítalo à esquerda, vice-campeão. No alto, também à esquerda, Luciano Haluch (Michelli Board Shop) grande incentivador do skate na cidade

Assessoria de Imprensa em reportagem da MTV sobre o skate em Curitiba, via a Ação Assessoria Esportiva

Gravações na pista do gaúcho

Entrevista com o skatista Daniel Vieira

Entrevista com o Chileno, atleta que era apoioado pelo SJP Skate Park

Link com matéria exibida pela Rede Globo e entrevista de Ítalo Romano


http://campeonatosdeskate.blogspot.com/2011/07/italo-romano-no-esporte-espetacular.html?spref=fb